Outubro Rosa: 10 coisas que você precisa saber sobre o câncer de mama

No Outubro Rosa, mês dedicado à campanha de prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama, as mulheres costumam ser bombardeadas por informações, mas, por incrível que pareça, ainda há uma porção de mitos que se propagam por aí sobre a doença. Sabia que pílula anticoncepcional de baixa dosagem, desodorantes e até dormir ou não de sutiã não causa câncer? E que existe um período certo no mês pra fazer o autoexame?

A Revista Glamour, com a ajuda da dra. Giselle Mello, radiologista e coordenadora do Serviço de Mamas dos laboratórios Fleury Medicina e Saúde, elencaram essas e outras verdades. Confira!

1. 90% das mulheres com câncer de mama não têm histórico familiar
Essa é uma das informações mais chocantes: a maioria das mulheres que desenvolve esse tumor não tem ninguém na família com o mesmo problema. Esse é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do de pele não melanoma, respondendo por cerca de 25% dos casos novos a cada ano. Só em 2016, o Inca (Instituto Nacional de Câncer) prevê 57.960 novos casos no Brasil.

2. Quem tem casos de câncer de mama na família deve redobrar o cuidado
Apenas 10% das mulheres que tiveram câncer de mama têm histórico familiar. Quando é preciso redobrar o cuidado? Principalmente quando as parentes mais próximas (avó, mãe, irmãs ou filhas), ou um ou mais parentes de primeiro grau já tiveram a doença, especialmente antes da menopausa. Nesse caso, é indicado começar o acompanhamento com mamografias dez anos antes da idade em que o câncer surgiu nas familiares. Assim, se sua mãe teve câncer de mama com 45 anos, aos 35 você já deve iniciar os exames mamográficos.

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3. Mamografia é indicada a partir dos 40 anos (mas pode ser feita antes, em alguns casos)
A mamografia é um exame de diagnóstico por imagem, que estuda o tecido mamário: o mais preciso para detectar nódulos ainda não palpáveis (a partir de 0,5 cm!). Como a incidência de câncer é maior em mulheres com mais de 40 anos, a mamografia (que, sim, emite uma pequena dose de radiação nas mamas) é mais indicada anualmente, a partir dessa idade. Mas em casos de histórico familiar, é possível pedir antes. Se você não está nessa faixa etária, saiba que é importante fazer exames clínicos (nos quais o médico apalpa as mamas) e o autoexame mensal.

4. O autoexame pode sim salvar a sua vida!
Depois da polêmica sobre a eficácia do autoexame das mamas, os médicos voltam a incentivar o método como hábito de conhecimento corporal, que deve ser feito desde a adolescência. Explicamos: correntes defendem que nós, leigas, só conseguimos detectar no autoexame os tumores em estágios muito avançados. Isso porque a mamografia detecta nódulos a partir de 0,5 cm; os exames clínicos (com apalpação médica), a partir de 1 cm; e o autoexame detectaria nódulos a partir de 2 cm. No entanto, até 2 cm, o tumor ainda está num estágio menos agressivo. Assim, se a gente tem o hábito de apalpar as mamas desde sempre, fica mais fácil perceber qualquer alteração, por mais sutil que seja. Por isso é importante aliar o autoexame mensal com a mamografia ou outros exames clínicos anuais, ok?

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5. Existe um período certo pra realizar o autoexame
O autoexame (autopalpação ou toque das mamas) deve ser feito uma vez por mês, logo após a menstruação (entre o terceiro e o décimo dia), assim que as mamas desincharem. Para as mulheres que não menstruam mais, o autoexame pode ser feito num mesmo dia de cada mês, tipo todo dia 1º.

6. Tumores pequenos não causam sintomas
Câncer de mama é uma doença bem traiçoeira, pois em seus estágios iniciais (quando há mais chance de cura), ele não apresenta sintomas (por isso a importância da mamografia). Já os tumores um pouco maiores podem ou não causar alterações visuais nas mamas. Assim, durante o autoexame, fique atenta a nódulos palpáveis (caroços), secreção sanguinolenta pelos mamilos, alterações (ínguas) nas axilas, pele áspera e ondulações (aspecto de casca de laranja, tipo celulite), deformações ou alterações no formato das mamas, abaulamentos ou retrações e feridas ao redor do mamilo. Mas lembre-se: achar algum desses sinais não significa que você tenha câncer, porque existem outras alterações e nódulos benignos. Procure seu ginecologista!

7. Pílulas anticoncepcionais não aumentam o risco do câncer de mama
Diferentemente das pílulas anticoncepcionais comercializadas nos anos 70, 80 e 90, as pílulas de hoje têm uma dosagem hormonal baixa, e estudo recentes não apontam aumento do risco de câncer de mama em mulheres que tomam anticoncepcionais hormonais.

8. Dormir de sutiã e usar antitranspirantes não causam câncer de mama
Existe uma história de que a pele dos seios precisa “respirar” e, portanto, dormir de sutiã supostamente aumentaria o risco de câncer de mama. Mito! E segundo parecer técnico divulgado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), não existe até o momento dados significativos na literatura científica que relacionem os sais de alumínio presentes na fórmula dos antitranspirantes com a incidência da doença.

9. Não ter filhos é um fator de risco
Ter filhos faz o corpo da mulher dar uma pausa hormonal (principalmente no estrógeno, que é “alimento” para o câncer). E, ao amamentar, as células mamárias produzem leite e se multiplicam menos, o que reduz o risco do desenvolvimento de tumores. Ter muitos filhos, portanto, seria ótimo para prevenir câncer de mama… Outros fatores de risco são: ter casos de câncer de mama na família, menstruação precoce (antes dos 12 anos) e menopausa tardia (depois dos 52), obesidade, alimentação inadequada, tabagismo e faixa etária elevada.

10. O câncer de mama tem 90% de chances de cura se diagnosticado precocemente
A dra. Giselle Mello, radiologista e coordenadora do Serviço de Mamas do Fleury Medicina e Saúde, costuma dizer que não existe muita prevenção para o câncer de mama, “o que existe é diagnóstico precoce”, afirma. “A prevenção ao câncer de mama passa por controle de peso, alimentação saudável, mas também por fatores complicados na vida moderna como ter muitos filhos e diminuir ao máximo o estresse. Assim, o importante é o diagnóstico precoce, pois se descoberta nos primeiros estágios, a doença tem mais de 90% de chances de cura.”

Acontece que, no Brasil, 50% dos casos de câncer de mama são diagnosticados em estágio avançado, nos quais as chances de cura caem para 65%. Por isso, bora fazer o autoexame e marcar ginecologista anualmente?

Via Revista Glamour